Quarto do Jack

Ontem eu e Finn tínhamos indo sair à noite. Escusado será dizer que ele arranjou logo uma rapariga para se divertir e para passar a noite. Estávamos sozinhos em casa, os nossos pais estavam no Algarve, por isso podíamos fazer o que quiséssemos, pelo menos quase tudo.
Quando acordei espreguicei-me e agarrei-me à minha almofada com um suspiro, estava com uma ressaca que nem se falava. Levantei-me calmamente e fui beber o resto da água que tinha na garrafa. Espreitei para o corredor para ver se eles ainda estavam a dormir e, como percebi que sim, fui passar tempo para o pc e tirei a foto habitual que tirava todos os dias para depois fazer a compilação que fazia todos os anos. Supostamente tínhamos aulas da parte da tarde mas ainda estava a pensar muito bem se ia ou não.

A noite de ontem tinha sido um espectáculo, como sempre. Bebemos que nos fartámos e, tal como seria de prever eu vim para casa acompanhado. Eu pergunto, quem é que me consegue resistir? Exactamente, ninguém consegue. Tudo bem que é uma fã, é normal que seja toda maluca por mim, mas mesmo assim, eu sou demasiado irresistível para qualquer uma. Sorri levemente, sentindo-me despertar aos poucos com os meus pensamentos, mas logo fiquei mais sério quando a dor de cabeça se começou a sentir.
- Bom dia.- fiz uma enorme careta, sentindo um peso sobre o peito e logo vi que era a rapariga, da qual eu já nem o nome me lembrava.
- Shh, fala mais baixo.- resmunguei, fechando os olhos com força.- que horas são?
- Dez.- ela respondeu, começando a espalhar-me beijos pelo peito. Eu sabia que o sexo era muito bom, mas tínhamos acabado de acordar.
- Não tens os teus pais preocupados contigo ou algo do género?- perguntei, começando a levantar-me enquanto vestia os boxers e assim que a olhei, vi a sua expressão mudar.- não que te esteja a despachar.- disse logo, arregalando ligeiramente os olhos.- mas sabes como é a vida de cantor, temos entrevistas quase todos os dias.
- Isso quer dizer que tenho de ir embora.- e pronto, lá estavam elas a fazer aquela coisa estranha com os lábios, beicinho sim, acho que era isso. Eu não conseguia perceber se achavam que aquilo era sexy ou não, mas não era, nada sexy. Passei as mãos pelo cabelo, suspirando e acabei por me debruçar para lhe beijar os lábios muito rápido.
- Não te preocupes, vamos ter tempo para repetir.- pisquei-lhe o olho e, como seria de esperar, ela ficou logo toda animada.- veste-te, eu chamo-te um táxi.- murmurei pegando no meu telemóvel e saí do quarto entrando logo no de Jack, que era na porta em frente.- se estiveres a brincar contigo pára já.- gozei, atirando-me para a sua cama, visto que ele estava sentado à secretária.- tens um comprimido? Estou a morrer.

Rolei na cadeira e vire-me para Finn quando ele entrou no meu quarto sem bater à porta. - Se aprendesses a bater à porta não me apanhavas a brincar comigo -disse apesar dela nunca me ter apanhado a fazer isso. Espreguicei-me olhando pela janela - Ela já se for embora? - perguntei -não sei como é que consegues ter tão mau gosto - fiz uma careta. Levantei-me indo buscar um comprimido que tinha na minha gaveta da mesa de cabeceira e passei-o. - Vais às aulas hoje? - perguntei todo preguiçoso.

Ri-me baixo ao ouvi-lo falar, até porque a minha cabeça estava demasiado sensível para grandes alaridos e levantei-a apenas o suficiente para o conseguir olhar.
- Até parece que guardamos segredos um do outro, maninho.- mexi as sobrancelhas e voltei depois a deitar-me, agarrando-me a uma almofada.- não, está a vestir-se.- respondi.- esta é das difíceis de despachar.- fiz uma careta e assim que o ouvi insinuar que tinha mau gosto, encolhi os ombros.- era de noite, estava escuro.- ri-me, fechando os olhos durante uns segundos mas logo os abri para me começar a sentar devagarinho.- mas até parece que não sabes que desde que me dê o que eu quero, pouco me importa a cara, não é para lá que eu olho.- pisquei-lhe o olho, com um ar todo maroto e agarrei no comprimido, tomando-o com um bocado de água que Jack tinha numa garrafa.- tu é que devias começar a fazer como eu, daqui a nada tens a mão gasta.- gozei mas assim que o ouvi falar em aulas a minha expressão mudou.- com a ressaca que tenho acho que o mais provável é adormecer nas aulas.- disse.- mas se tu fores eu vou contigo, continuo a achar que a professora de anatomia está desejosa por te saltar para cima. Precisas de protecção.

Levantei-me e fui até à porta para espreitar a gaja e ver se ela andava por aí a roubar ou alguma coisa. Apanhei-a a sair à porta e ela sorriu-me toda convencida. Sorri-lhe dizendo-lhe adeus com a mão e fechei a porta. - estavas era demasiado bêbado para ver o bigode dela. - ri-me às gargalhadas atirando-me para cima da cama - não precisas de te preocupar com a minha mão, eu sei muito bem divertir-me, só sou mais discreto que tu - espreguicei-me ainda todo cheio de sono. Fiz uma careta de nojo quando ele falou da professora de anatomia e comecei a contorcer-me com nojo - Sim, já que não ligas à cara, podes fazer-te passar por mim.

- Já foi? - perguntei a Jack, assim que o vi abrir a porta e espreitar para o corredor, mas não precisei de esperar pela sua resposta porque assim que o vi acenar percebi que estava finalmente livre. Voltei a deixar-me cair, colocando os braços atrás da cabeça e foi impossível não me rir quando o ouvi dizer que a gaja tinha bigode.- ah, então era isso que me estava a fazer comichão.- gozei.- oh meu deus Jack, porque é que os pais não me fizeram tão perspicaz quanto tu? - dramatizei, levando uma mão ao peito, mas logo voltei à minha postura de machão, atirando-lhe com a almofada à cara quando se deitou.- tu és tão discreto que elas nem te vêm.- disse.- tens de começar a aproveitar mais, se quiseres eu até te deixo fazeres-te passar por mim de vez em quando.- encolhi os ombros, fazendo depois uma careta quando voltámos ao assunto da professora.- não te preocupes comigo maninho, eu prefiro bigodes a mamas descaídas.- contorci-me.- e a verdade é que não quero estragar o vosso romance, sabes bem que o que mais quero é que sejas feliz Jackie, nem que para isso tenha de me afastar da stora.- falei com um ar todo sério que não durou muito tempo.

Ri-me quando ele começou a dizer que a miuda o tinha arranhado e como não queria pormenores decidi não comentar. - não podias ser tão lindo quanto eu e também tao inteligente - gozei. -quem não me vê são os paparazzi, ja a ti... depois queixaste- olhei-o em sinal de aviso. - Não, estou mais interessado na professora de microbiologia. Aquela mulher é um pedaço de mau caminho. -levantei-me- e é só por isso que vou hoje às aulas.

Semicerrei os olhos quando ele tentou dar a entender que era mais giro e inteligente do que eu e atirei-lhe com outra almofada, voltando a sentar-me.
- Claro que não podia ser tão lindo e inteligente.- encolhi os ombros.- é por isso que sou mais ainda.- gozei, sabendo que não ia levar a mal e olhei-o quando começou a falar dos paparazzi, o que me levou a fazer uma careta.- eu não vou deixar de fazer o que quero por causa deles.- disse.- eles que escrevam o que quiserem.- esta era a única parte que me chateava em ser conhecido, odiava que andassem sempre a vasculhar a minha vida, mas tinha de me habituar, não havia outro remédio. Levantei-me, passando as mãos pelo peito e aproveitei para ir até à jabela enquanto o ouvia falar.- é verdade sim senhora, a mulher foi muito bem feita.- concordei, referindo-me à professora de microbiologia.- mas eu continuo a preferir a mulher da reprografia.- murmurei.- principalmente quando ela se dobra toda para pôr o papel na impressora.- mexi as sobrancelhas.- já para não falar de que só de imaginar o que se pode fazer em cima da impressora fico logo todo animado.- sorri maroto e comecei a encaminhar-me até à porta.- até já tenho saudades da escola, vou arranjar-me.- olhei-o antes de sair.- põe-te cheiroso.- mandei-lhe um beijo pelo ar, mesmo para gozar e depois fui até ao meu quarto para me vestir.

-Continua a sonhar Finny - gozei-o. Revirei os olhos já a saber que ele ia ficar assim por ter falado dos paparazzi. - Eu não estou a dizer para não o fazeres, mas podes ser mais discreto - apontei para mim - tipo eu. Lembraste que eu ontem desapareci, certo? Ou já estavas tão bêbado que nem deste pela falta da tua cara de metade - fui até ao meu armário para me vestir. - Aposto que ela tem um trabalho extra em que te pode agradar. - virei-me para ele agarrando numa toalha para ir tomar banho antes de me vestir - não quero pormenores maninho. - disse. Abanei a cabeça com um sorriso e fui até à casa de banho, felizmente tínhamos uma em cada quarto.

Ri-me com um revirar de olhos. Era verdade, eu era mais aplicado, mas também só vinha deste ano, porque eu queria ter um curso, apesar de achar que era a maior seca de sempre ter que aturar meia dúzia de stores universitários a palrar sem dizer nada de jeito. Levantei as sobrancelhas e virei por momentos a cara na sua direcção - sou o sensivelzinho? Eu não sou o sensivelzinho - reclamei com uma careta - tu é que és que dão-te uma tampa e ficas logo de mau humor - sorri. Ri-me quando o ouvi falar da ruiva - aposto que ela vai ficar roída de ciúmes - gozei - qual é a diferença desta festa para as outras? - perguntei e no meio de tanta conversa já estávamos a chegar à nossa quinta.

Ia rir-me quando ele pareceu ficar todo ofendidinho por lhe ter chamado de sensível, mas nem tive tempo de o fazer, graças ao que disse logo de seguida.
- Eu não sou sensível.- resmunguei, ficando com uma expressão mais séria.- ainda por cima por causa daquela gaja, já disse que ela nem é nada de especial.- encolhi os ombros, sorrindo ao ver a nossa casa ao longe e endireitei-me, deslizando os dedos pelo cabelo. Revirei os olhos, quando pareceu duvidar do que eu tinha dito e fiz uma pequena careta. Ela ia ver-me em acção, e podia ser que aí se arrependesse de não ter querido nada comigo, sim, porque agora quem já não queria era eu. Assenti aos meus próprio pensamentos, para reforçar a ideia, e depois olhei-o.- não é nenhuma.- respondi.- mas a festa veio no momento certo, estou a precisar de sexo, de muito sexo.

Ele ainda me ia explicar muito bem porque é que me tinha chamado de sensível. Eu não era nenhum sensível, era mais cuidadoso com as raparigas, mas era só em termos de me esconder mais, porque de resto nunca me tinha apaixonado. Agora se fosse sensível noutros termos. Levantei as sobrancelhas enquanto pensava no que é que ele queria dizer com aquilo, mas logo me distraí ao ter que estacionar à frente de casa. - Tu não descansas nem um bocado - disse em tom de gozo quando disse que precisava de sexo e saí do carro, fechando-a - vai lá arranjar-te, não estou para estar à tua espera.

Eu ainda não conseguia perceber muito bem o porquê de ter ficado tão importado com a forma como a gaja me tratou, mas a verdade é que nem passava muito por aí, o que mais me tinha incomodado era a forma como falava do que escreviam sobre mim, a forma como acreditava nisso. Não que eu me importasse com ela ou com o que ela pensava, mas não tinha gostado, pronto. Soltei um leve suspiro, abanando a cabeça para tentar parar de pensar nela e em tudo aquilo e despertei assim que senti o carro parar, voltando a olhar para Jack.
- Eu nunca me canso de sexo.- disse, arregalando ligeiramente os olhos só de pensar nessa possibilidade. Desapertei o cinto, abrindo a porta para sair e peguei na minha mochila, voltando a colocá-la às costas.- até parece que eu demoro muito.- resmunguei.- se for preciso ainda me despacho primeiro do que tu.- dirigi-lhe um sorrisinho cínico, já a andar para casa e assim que cheguei junto à porta abri-a, para que ambos pudéssemos entrar.

Fui diretamente para a casa de banho. Tomei um banho rápido e só demorei mais quando comecei a limpar o corpo e a pôr os cremes todos. Eu podia ser rapaz, mas nós também precisávamos de cuidar do corpo ou não? Agarrei no meu perfume e borrifei aquilo aos montes até ficar cheiroso. Quando já estava pronto fui para o quarto, medi os níveis e fiz tudo o que precisava para depois ir ver se encontrava alguma roupa de jeito. Tanto a minha roupa como a de Finn eram praticamente as mesmas, nós andávamos sempre a trocar, pelo que o meu quarto estava uma bagunça. Vesti uma roupa nova que ainda não tinha estreado e depois de estar vestido fui arranjar o cabelo.

Atirei a minha mochila para cima da cama assim que cheguei ao quarto e segui logo para a casa de banho, despindo a minha roupa pelo caminho. Precisava de me por cheiroso e sexy, afinal de contas, tinha muita coisa pela frente esta noite, tinha de estar à altura. Mexi as sobrancelhas para cima e para baixo, enfiando-me no chuveiro assim que a água ficou quentinha e comecei logo a lavar-me. Assim que terminei, enrolei o meu quadril com uma toalha, pegando numa outra mais pequena para enxugar o cabelo e fui até ao quarto, limpando também o corpo para depois vestir uns boxers lavados. Fui até ao armário, abrindo a porta para escolher qualquer coisa e acabei por optar por umas calças de ganga e uma camisa a combinar. Calcei as minhas sapatilhas, indo até à casa de banho para colocar perfume e lavar os dentes e, depois de dar um jeito ao cabelo, saí do quarto para ir ter com Jack. Bati à porta, esperando que me deixasse entrar, mas assim que me apercebi do que estava a fazer, abri logo a porta, revirando os olhos a mim próprio, desde quando é que precisava de bater para entrar no quarto do meu irmão?
- Estás pronto gay? - perguntei, assim que entrei e encostei-me à parede enquanto o olhava.- sim senhora, estás a ficar quase tão bonito quanto eu.- ri-me.

Quando ouvi a porta a bater e de seguida abrir-se virei-me para trás, indo para o quarto. - Ainda não - disse ignorando por completo quando me chamou de gay, já era prato do dia e fui buscas as chaves da casa e do carro e ainda a carteira. - Já estou - virei-me para ele mandando-lhe uma almofada à cara, mesmo só para o irritar. Sorri já a sair do quarto e fui eu à frente, já que não ia poder beber nada, ia eu a conduzir, ele ia embebedar-se como sempre, e como não queria morrer ainda hoje, o melhor era mesmo ser eu. - Despacha-te - gritei à saída.

Ri-me quando me atirou com uma almofada, agarrando na mesma para depois a atirar para cima da cama e aproveitei para me olhar ao seu espelho uma última vez antes de sair finalmente do seu quarto. Fechei a porta, apalpando os bolsos enquanto descia as escadas, para me certificar de que tinha tudo o que precisava e, assim que cheguei junto da porta, passei pelo meu irmão, dando-lhe uma chapadinha na parte de trás da cabeça.
- Conduzes tu paizinho? - perguntei apesar de já saber a resposta, visto que ele tinha as chaves na mão. Eu gostava de conduzir, e era bom condutor, mas o mais provável era isso não ser lá muito boa ideia depois de beber o que ia beber naquela noite. Sim porque festa sem bebida não era festa.

Revirei os olhos quando senti uma pancada na parte de trás da cabeça e dei-lhe um pequeno empurrão depois de me passar à frente. - Já que não posso fazer nada esta noite parece que vou ter que ser eu, antes que morramos os dois -ironizei com um revirar de olhos. Acho que estava a ficar um bocado irritadiço e isso devia-se a não poder fazer o que queria. - Só espero que haja gajas descentes - continuei no tom de resmungão ao mesmo tempo que liguei o carro e arranquei.

Dirigi-lhe um sorrisinho, depois de sentir o seu empurrão, mas nem disse nada, endireitando-me para seguir atrás dele até ao carro. Abri a porta, sentando-me no lugar ao lado do do condutor e depois olhei-o.
- Porque é que não podes fazer nada? - perguntei, levantando ambas as sobrancelhas.- vamos a uma festa, que mal há em divertires-te? Eu sei que tens de ter cuidado, mas podes divertir-te na mesma. - fiz uma pequena careta, encolhendo os ombros quando disse que se fosse eu a conduzir o mais provável era morrermos os dois.- desta vez não vou discordar.- murmurei.- apetece-me beber.- disse.- mas tu também podes se quiseres, desde que não abuses..- olhei-o.- também quero que te divirtas.- sorri-lhe, ligando a rádio, como sempre fazia e sorri maroto assim que falou nas gajas.- claro que vai haver.- esfreguei as mãos umas nas outras.- o Duarte é igual ou pior do que eu.- pisquei-lhe o olho, recostando-me no banco.

-Que piada é que tem ver-vos todos bêbados e não estar também? - perguntei num resmungo. Por isso é que eu queria boas gajas lá, pelo menos assim eu sabia que me podia distrair. Acelerei, como sempre fazia, para chegarmos mais rápido e olhei para Finn - se for em coma para o hospital pensa que só segui os teus conselhos - disse com um sorriso e lembrei-me mentalmente de onde era a casa de Duarte. Estávamos mesmo quase a chegar - Sim, como ele está a organizar a festa eu acho que vou ter sorte- sorri vendo que tínhamos chegado.

Não me lembrava da última vez em que tinha dormido tão bem como naquela noite. Abri os olhos devagarinho, esfregando-os assim que senti o sol incidir sobre os mesmos e percebi que já era quase fim da manhã, por isso, decidi levantar-me. Espreguicei-me, passando ambas as mãos pelo peito e sorri ao lembrar-me da noite anterior. Sim, ia sem dúvida querer repetir. Passei depois as mãos pelo cabelo, tentando dar-lhe um jeito e quando me lembrei de que Jack não estava em casa quando cheguei, fui até ao seu quarto ver se lá estava, mas a cama ainda permanecia feita.
- A gaja devia ser mesmo boa.- murmurei, entrando e atirei-me para cima da sua cama, ficando ali enquanto esperava que ele chegasse. Se bem o conhecia, ia tentar o mais rápido que pudesse, por causa da nossa mãe.

Não conseguia tirar um sorriso estúpido do rosto, o meu dia tinha começado demasiado bem. Esperava que continuasse assim. 
Tirei as sapatilhas antes de entrar em casa e fui pé ante pé, mas rápido, até ao meu quarto, não me surpreendendo muito por ver Finn deitado  na minha cama. - Jackson! - fiz uma careta  ficando os olhos com um supiro, quando ouvi a minha mãe gritar o meu nome.
- Eu sei mãe, eu já vou, eu já vou -  disse antes que ela subisse e viesse dar-me um sermão ao meu quarto. Sorri ao meu irmão mexendo as sobrancelhas ao mesmo tempo e colei o post-it do número de Becca na minha parede do quarto começando a trocar de roupa - então, como é que foi o jantar com a Flora?

E quase como que por pura telepatia, ouvi a porta de casa abrir-se pouco depois de me ter deitado na cama do meu irmão. Ri-me baixinho, deitando-me de lado, com a cabeça apoiada numa mão e fiquei numa espécie de posição sexy, até a porta do quarto se abrir.
- Bom dia maninho.- disse, com um cara muito séria, tentando não desmanchar o meu papel e pisquei-lhe o olho assim que olhou para mim, arregalando os dois mal a voz da nossa mãe se fez ouvir por toda a casa.- eu acho que é melhor trancares a porta, estou neste momento a temer pela tua vida.- gozei.- não quero que me deixes sozinho neste mundo cruel.- disse, com uma expressão sofrida e levei uma mão à testa, para reforçar ainda mais o meu suposto desgosto. Endireitei-me depois, assim que ouvi a sua pergunta, e acabei por sentar-me na cama, enquanto lhe semicerrava os olhos.- nem penses Jack.- abanei a cabeça, apontando com o queixo para o papel que ele tinha colado na parede.- não estás em posição de fazer perguntas meu caro gémeo.- espetei um dedo no ar.- visto que passei a noite a chorar pela tua ausência..- assenti.- vou querer saber todo os pormenores.

Ri-me ao reparar bem na pose em que ele se encontrava e só mesmo para gozar, atirei-me para cima dele - oh maninho, que gostoso que estás hoje - gozei abraçado a ele sem fazer intenções de o largar caso ele tentasse. - Não te preocupes, cão que morde não la... cão que ladra não morde - refiz a minha frase, assentindo para mim mesmo,  e fiz um sorriso convencido. Rodei sobre a minha cama para me deitar em cima da mesma sem estar em cima de Finn e olhei-o rindo-me. - Não penso? Penso, penso, foste tu que tiveste um encontro romântico com aquela ruiva que tanto gostas - suspirei como se estivesse apaixonado propositadamente para o irritar e dei-lhe um leve empurrão. - Coitadinho - fiz-lhe uma festa na bochecha quando disse que ficou a chorar pela minha ausência - eu nem sequer pensei em ti - sorri.