Quarto do Rodrigo

Suspirei quando ela saiu e depois fui atrás dela - Tens a certeza? Eu posso ir levar-te a casa, e fico muito mais descansado se o fizer, Aimee.

- eu tenho rodrigo, eu fico bem sozinha mas tu tens de ir dormir porque é tarde. são quatro e tal da manhã, vai para a cama e deita-te que quando eu chegar a casa mando-te uma mensagem ou ligo-te a avisar que cheguei bem - prometi, olhando para ele - não precisas de te preocupar tanto, eu não vou sair de casa até o táxi chegar - disse, tirando o telemóvel para chamar um táxi - até podes esperar comigo lá fora se quiseres

Abanei a cabeça - Nã nã, não me parece - Fiz uma careta e continuei a abanar a cabeça. Aproximei-me rapidamente dela e peguei-a ao colo, colocando-a no ombro como se fosse um saco de batatas... Levezinho. Levei-a de volta para o quarto e só a pousei na cama depois de trancar a porta do quarto - Não vais a lado nenhum a esta hora Aimee...

- Rodrigo larga-me, o que é que tu  estás a fazer ? - perguntei enquanto tentava fazer com que ele me soltasse mas isso não estava a acontecer - Rodrigo - resmunguei e cruzei os braços ao peito quando ele finalmente me pousou em cima da cama - estás a ser ridiculo - disse.lhe e virei.lhe costas, indo.me sentar no sofá que ele tinha junto a janela, a olhar la para fora. Se só podia ir embora quando amanhecesse, eu esperava mas não ia falar com ele

Continuei a ignorar o que ele falava, olhando sempre pela janela. Ele pensava que só por ter passado uns dias comigo já me conhecia muito e estava apaixonado por mim mas eu não caia na dele - eu só quero ir.me embora - disse enquanto ficava sentada no mesmo sitio sem o fitar. porque raio haveria de dar uma hipótese a nos quando ja sabia que aquilo ia correr mal e eu acabaria magoada ? ao menos assim evitava sofrer

- Porque é que fazes isso? - Questionei enquanto me aproximava dela - Porque é que te afastas desta maneira quando alguém diz que gosta de ti? Percebo que não queiras sair magoada de uma relação outra vez, mas daí a fechareste a sete chaves... - Suspirei e encolhi os ombros, mesmo que ela não me estivesse a ver - És demasiado nova para andares já aí com ódio do amor.

A sua casa era do mesmo género de todas as outras do seu bairro, casas com dois andares e um pequeno jardim. Ouvi as suas palavras e apenas encolhi os ombros, abraçando os joelhos - a idade não interessa nada - respondi - e eu não preciso de amor, não preciso de namorado, tenho tudo o que quero na minha vida e estou bem assim. o amor só me vai fazer infeliz e estragar tudo. também porque é que te preocupas com isso ? - perguntei

- Ai o amor vai-te fazer infeliz? - Perguntei, soltando uma pequena gargalhada - Quando daqui a uns anos tiveres de tudo menos uma pessoa que te ame de verdade, alguém que esteja sempre do teu lado e que te ame cada vez mais, vais perceber o quão erradas estão as palavras que acabaste de dizer - Bufei e encolhi os ombros, mesmo que ela não estivesse a ver - Porque é que me preocupo...?

- sim, porque é que te preocupas ? - perguntei - eu vou.me embora, tu segues em frente e partes para outra, apaixonaste por outra pessoa, casas e tens filhos bla bla bla final feliz - revirei os olhos e encolhi os ombros - já fiz a tua historia com final feliz, o meu final feliz é ser uma designer de renome

Suspirei pesadamente e fui-me vestir, voltando depois - Eu nem sequer vou comentar o que tu disseste Aimee, porque... Sinceramente, não vale a pena fazê-lo. Vamos voltar sempre ao mesmo paleio, que tu não queres saber de amor para nada, e que a única coisa que te importa de verdade é seres uma Designer de moda super importante e conhecida em todos os cantos do mundo. Tu é que sabes, Aimee - Afirmei, pegando depois nas chaves do carro e de casa - Eu levo-te a casa.

- Eu não quero que me leves a casa, eu vou de táxi como tinha dito que ia nas outras três ou quatro vezes - revirei os olhos apesar dele nao ver - nao quero mais favores teus ou pena vinda de ti, eu estou bem e vou sozinha para casa, a pé, de cavalo, táxi, wtv - levantei.me e fui ate a porta - destranca a porta do quarto Rodrigo

- Não te estou a fazer nenhum favor, e não estou com pena - revirei os olhos - Eu vou levar-te a casa e não se fala mais no assunto, Aimee. Vamos - Afirmei, destrancando então a porta do quarto. Esperei por ela e depois fomos para o meu carro, pois não lhe dei mais nenhuma hipótese. E mesmo que fugisse, eu levava-a ao colo para o carro. Ela é teimosa, mas eu sou mais.

- Omg tu consegues ser mesmo insistente quando queres - disse quando o vi a entrar no carro - eu já disse que não vou de carro contigo - revirei os olhos e sai da sua propriedade, começando a andar, a procura do metro ou de um taxi. eu só nao me queria enfiar no carro com ele, so queria ir embora sozinha e apanhar ar

- Sim, tal como tu - Respondi de volta, mesmo que estivesse a dizer a mim mesmo que não ia dizer-lhe mais nada, porque não vale a pena - Se não queres ir de carro, vamos a pé, ou de táxi, ou de burro até, mas eu vou levar-te a casa - Resmunguei novamente, já cansado de frisar tal coisa.

- omg não entendes que quero estar sozinha ? que quero ir sozinha ? - perguntei ja com as lagrimas nos olhos - deixa.me sozinha rodrigo por favor - pedi, limpando as lagrimas - será que é pedir muito ?

Suspirei quando ela falou e a olhei e voltei a pôr as chaves do carro no bolso - Está bem... - Lá disse, pegando depois no telemóvel - Sendo assim eu chamo-te um táxi - E assim o fiz. - Eu vou deixar-te sozinha, Aimee. Mas vou estar numa das janelas a espreitar até que entres no táxi - Informei - Adeus, Aimee... - Disse num tom mais baixo, olhando-a durante alguns segundos. Depois peguei nas chaves de casa e entrei, indo para o meu quarto e sentando-me no sofá à beira da janela, onde a conseguia ver perfeitamente.

Virei.me de costas e limpei as lágrimas. Cruzei os braços para tapar o meu corpo e esperei pelo táxi. Quando ele chegou, contive um soluço e entrei no táxi, dizendo a minha morada. Sabia que ele estava a ver.me mas não fiz adeus ou disse nada, apenas queria ir embora, estar sozinha e pensar no que ele tinha dito, no que tinha acontecido. Quando cheguei a casa fui diretamente para o meu quarto e tranquei.me a sete chaves onde as minhas ultimas forças ruiram e eu acabei por chorar por tudo o que tinha passado, durante horas até de adormecer de cansaço

Assim que ela entrou no táxi e eu deixei de o ver, parei de espreitar pela janela e acabei por me deitar no sofá onde já estava. Suspirei pesadamente e fiquei deitado de barriga para baixo enquanto passava em tudo o que tinha acontecido. Primeiro estávamos mais ou menos, visto que ela me perdoou, depois aconteceu aquilo, depois estávamos bem, e agora... Agora nem sei. Ela foi-se embora, e duvido que volte. Duvido que me queira voltara ver, duvido de tudo e mais alguma casa. Cansado e frustrado, acabei por adormecer.

Quando acordei a minha cabeça latejava, o meu nariz estava entupido, os meus olhos inchados de ter estado a chorar e o meu corpo dorido e marcado. Fui tomar um duche e maquillhei.me o mais possivel para disfarçar as nodoas negras que apareciam na cara e nos braços. Nunca mais sairia com uma roupa daquele estilo, pelo menos não aqui em portugal. Vesti umas calças de ganga, uma t-shirt comprida e solta e umas sandalias e, peguei no telemóvel ligando para Rodrigo. Ele merecia uma explicação, merecia que eu o tratasse melhor do que aquilo

A minha noite não foi das melhores. Estive sempre a acordar e a ter sonhos estranhos e repetitivos que me deixavam irritado, nervoso e não me deixavam descansar. Depois de ter conseguido dormir duas horas sem ter sonhos esquisitos, acordei de vez e levantei-me, indo logo de seguida tomar um banho. Era mesmo disso que eu estava a precisar, umbom banho relaxante. Fiquei uns cinco minutos debaixo da água quente, quase em modo zen, e depois lá saí. Assim que acabei de me vestir e arrumar as coisas, fui até ao quarto e fiz a cama. Mal toquei nela, lembrei-me se Aimee. Respirei fundo e abanei a cabeça, continuando o que estava a fazer. Mais tarde verifiquei o telemóvel e vi que tinha uma chamada não atendida, e fiquei surpreendido ao ver que era de Aimee. Mandei-lhe uma sms de seguida.

Fiquei a olhar para ela quando trancou a porta do meu quarto e sorri - Hmm, o que é que a minha Aimee quer? - Perguntei baixinho, aproximando-me dela também. Assim que cheguei perto dela puxei-a para mim e abracei-a.

Abracei o seu tronco e encostei a minha bochecha ao seu peito - quero que não nos incomodem, quero ficar toda a noite ao teu lado, quero fazer amor contigo e dedicar todos os momentos a ti porque é o teu aniversario, quero compensar o tempo separados e quero amar.te porque tu és o meu tudo

- Wow, ahm... Não devia de ser eu a fazer uma declaração do género? - Perguntei baixinho, pegando depois nela ao colo. Dei-lhe beijinhos enquanto a levava para a minha cama e depois deitei-a na mesma - Tecnicamente ainda faltam uns minutinhos para ser o meu aniversário...

- Eu só estou a dizer o que quero e eu posso esperar uns minutinhos - puxei.o para cima de mim e sorri - amo.te rodrigo - murmurei junto dos seus lábos - e vai ser o melhor ano da minha vida contigo em nova iorque comigo, podemos passar mais tempo juntos e namorar, viver aventuras